A ressonância magnética (RM) é um dos exames mais avançados para diagnosticar uma série de condições de saúde, pois oferece imagens detalhadas do interior do corpo sem o uso de radiação ionizante. No entanto, durante muitos anos, pacientes com marcapasso eram desaconselhados a realizar esse exame devido ao risco de interferência nos dispositivos. Mas com a evolução tecnológica, essa realidade está mudando. Vamos entender se pacientes com marcapasso podem ou não fazer ressonância magnética e o que é necessário saber para garantir a segurança.
Por que havia restrições para pacientes com marcapasso?
O marcapasso é um dispositivo eletrônico implantado no corpo que ajuda a regular os batimentos cardíacos em pacientes com problemas no ritmo do coração. A ressonância magnética, por outro lado, utiliza campos magnéticos potentes e ondas de rádio para criar imagens detalhadas, o que pode causar interferências em dispositivos eletrônicos. As principais preocupações eram:
- Interferência eletromagnética: O campo magnético gerado durante a ressonância poderia alterar o funcionamento do marcapasso, desregulando o dispositivo ou até mesmo interrompendo seu funcionamento.
- Aquecimento dos eletrodos: Os eletrodos do marcapasso, que estão em contato com o tecido cardíaco, poderiam aquecer durante a ressonância, causando danos ao tecido.
- Movimentação do dispositivo: O campo magnético poderia exercer forças sobre o marcapasso, deslocando-o ou comprometendo seu posicionamento.
Devido a esses riscos, os pacientes com marcapasso tradicionalmente eram impedidos de realizar exames de ressonância magnética. No entanto, nos últimos anos, surgiram marcapassos e desfibriladores “compatíveis com ressonância magnética” (MR-Conditional), que oferecem maior segurança para esses pacientes.
O que são marcapassos compatíveis com ressonância magnética (MR-Conditional)?
Os marcapassos compatíveis com ressonância magnética, também conhecidos como dispositivos “MR-Conditional”, são projetados para suportar os campos magnéticos da ressonância sem interferir em seu funcionamento. Além disso, seus eletrodos são construídos de maneira a minimizar o aquecimento, reduzindo o risco de danos ao tecido cardíaco. Isso significa que pacientes com esses dispositivos podem, sob certas condições e com precauções específicas, realizar o exame de ressonância magnética com segurança.
Pacientes com marcapasso tradicional podem fazer ressonância?
Mesmo para pacientes com marcapassos mais antigos, que não foram especificamente projetados para serem compatíveis com ressonância, os avanços tecnológicos e as melhorias nos protocolos de segurança permitiram que, em alguns casos, esses pacientes pudessem realizar o exame de forma controlada. Contudo, é crucial que cada caso seja avaliado individualmente por uma equipe médica especializada, levando em consideração o modelo do marcapasso, o estado de saúde do paciente e a necessidade do exame.
Quais são as precauções necessárias?
Se o paciente com marcapasso precisa fazer uma ressonância magnética, o primeiro passo é verificar se o dispositivo é compatível com ressonância (MR-Conditional). Caso seja, o exame pode ser realizado, desde que algumas medidas de segurança sejam tomadas:
- Avaliação médica cuidadosa: O cardiologista e o radiologista devem estar envolvidos no processo para ajustar o marcapasso, se necessário, e monitorar o paciente antes, durante e após o exame.
- Uso de equipamentos adequados: A ressonância magnética deve ser realizada em uma clínica ou hospital que tenha experiência no manejo de pacientes com marcapasso, utilizando protocolos específicos para reduzir ao máximo o risco de interferências.
- Monitoramento contínuo: Durante o exame, o paciente deve ser monitorado de perto para que qualquer alteração no funcionamento do marcapasso seja detectada imediatamente.
O futuro dos marcapassos e da ressonância magnética
Com os avanços contínuos da tecnologia médica, a tendência é que mais pacientes com marcapassos possam realizar ressonâncias magnéticas de forma segura no futuro. Os dispositivos MR-Conditional estão se tornando cada vez mais comuns, e os protocolos de segurança estão cada vez mais precisos.
Conclusão
Pacientes com marcapassos tradicionais ainda precisam de uma avaliação minuciosa antes de realizar uma ressonância magnética, mas os dispositivos compatíveis com ressonância (MR-Conditional) permitem que muitos já possam fazer o exame com segurança. Se você tem um marcapasso e precisa realizar uma ressonância, converse com seu médico para entender se o seu dispositivo é compatível e quais precauções são necessárias para garantir sua segurança.